sábado, 31 de janeiro de 2009

Lucas 10:25-37

E eis que se levantou um certo doutor da lei,
tentando-o, e dizendo:
Mestre, que farei para herdar a vida eterna?
E ele lhe disse: Que está escrito na lei? Como lês?
E, respondendo ele, disse:
Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração,
de toda a tua alma, de todas as tuas forças
e de todo o teu entendimento,
e ao teu próximo como a ti mesmo.
E disse-lhe: Respondeste bem; faze isso, e viverás.
Ele, porém, querendo justificar-se a si mesmo, disse a Jesus:
E quem é o meu próximo?
E, respondendo Jesus, disse:
Descia um homem de Jerusalém para Jericó,
e caiu nas mãos dos salteadores, os quais o despojaram,
e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto.
E, ocasionalmente descia pelo mesmo caminho certo sacerdote;
e, vendo-o, passou de largo.
E de igual modo também um levita,
chegando àquele lugar,
e, vendo-o, passou de largo.
Mas um samaritano, que ia de viagem,
chegou ao pé dele e,
vendo-o, moveu-se de íntima compaixão;
e, aproximando-se, atou-lhe as feridas,
deitando-lhes azeite e vinho;
e, pondo-o sobre a sua cavalgadura,
levou-o para uma estalagem,
e cuidou dele; e, partindo no outro dia,
tirou dois denários,
e deu-os ao hospedeiro, e disse-lhe:
Cuida dele; e tudo o que de mais gastares
eu to pagarei quando voltar.
Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele
que caiu nas mãos dos salteadores?
E ele disse: O que usou de misericórdia para com ele.
Disse, pois, Jesus:
Vai, e faze da mesma maneira.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Resta uma certeza sim!

Resta uma certeza,
A de que a gente sempre
Pode contar com Deus!
Mesmo nas horas mais difíceis,
onde nada mais parece ter sentido,
quando o vazio tomou conta
da nossa alma
e parece que não tem mais ninguém
no mundo que nos entenda.
Há um Deus nos céus olhando para mim
e para ti, meu irmão, minha irmã!
Converse com o rio, as flores, o mar...
Converse com Jesus...
Abra seu coração pra Ele e fale da sua dor,
do seu vazio, da falta de sentido
da sua vida...
Ele vai lhe responder!
"Os que confiam no Senhor são como
os montes de Sião,
que não se abalam mas permanecem
para sempre!"
Carlos Maia.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Alma Perdida - Mário Quintana

Depois que é o corpo arremessado sobre o cais do
sono
Quem poderá dizer o que é feito da sua alma
milenária? Acaso
Ajunta-se às demais no primitivo abandono do mundo
Acossadas em grutas
Em profundas floretas
Onde se desenrolam imensamente as serpentes
E arde em silenciosa brasa o olhar fixo das feras?
Ou prostra-se ante os Deuses bárbaros
Com seus látegos de raios
Ou seus pés de pedra imóveis e pesados como
montanhas?
Ah! leva então muitos e muitos séculos até que
a madrugada
Feita do cricrilar dos derradeiros grilos
Das cabeleiras úmidas e pendidas dos salsos
Até que a mão da madrugada
Afague
Suavemente as feições do adormecido à deriva...
Sim! À noite, as almas deste mundo vagam em
alcatéias como lobos,
O medo as traz unidas e ferozes
E só uma ou outra - a minha? - às vezes,
solitária, fica...
- Olha:
Aquele negro, aquele enorme cão uivando
para a Lua!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Mãos Dadas - Carlos Drummond de Andrade

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer,
a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.

O tempo é a minha matéria, o tempo presente,
os homens presentes, a vida presente.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Passar pela janela da vida
E sair mundo afora
Vida adentro
O coração pulsando
Entre vales e cordilheiras...
Viver
Entre coqueiros
E areia branca,
Fascinado pelo brilho azul
Do mar,
É mergulhar
E se deixar levar...
Guiado pelos olhos de um jovem louco.

Carlos Maia.

Janeiro/81.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Maledicência e Preocupações.

Que extraordinária semelhança entre a maledicência
e a preocupação! Tanto uma, como outra, são o
produto da mente inquieta. A mente inquieta necessita
de variedade de expressões e ações, precisa estar
ocupada, ter sensações cada vez mais intensas,
interesses passageiros, e a maledicência contém todos
esses ingredientes de que a mente carece.

A maledicência é a verdadeira antítese do empenho
ardoroso. Falar de outrem, caçoando ou ultrajando,
é uma fuga de si mesmo, e a fuga é que é a
causa da inquietação. A fuga, por sua própria
natureza, é agitação.
O interesse nos assuntos alheios parece ocupar a
maioria das pessoas, e isso se expressa no gosto com
que lêem toda a sorte de revistas e jornais, com suas
colunas de mexericos, notícias de
assassínios, divórcios, etc.

Assim como nos preocupamos com o que os outros
pensam de nós, assim também temos muito interesse
em saber de tudo o que lhes diz respeito; e nascem daí,
as formas grosseiras e sutis de esnobismo e a
subserviência à autoridade. E tornamo-nos, então,
cada vez mais extrovertidos, e interiormente vazios.
E quanto mais extrovertidos, mais necessitamos de
sensações e distrações, resultando daí uma mente
sempre inquieta, incapaz de profunda
investigação e descobrimento.

"Comentários sobre o viver"

Krishnamurti (pg. 11)