terça-feira, 23 de setembro de 2008

De noite, sob as estrelas
Cavalgar sem rédeas
À beira-mar...
Ah! Estrela-do-mar
Toma meus sonhos
Em teus braços
E conta prá tua
Amiga do céu,
Todos os meus desejos...
De caminhar com
Minha amada
Entre os girassóis,
De colher lírios
No campo...
E de noite, sob as estrelas
Dormir na praia deserta.
Desperta,
Na palma das nossas mãos.

Carlos Maia.

Novembro/82.

domingo, 14 de setembro de 2008

Não há mais flores de Maio
E a esperança
Há muito
Adormeceu nas conchas...
Resta uma estrada a seguir
Buscar no âmago
O valor da essência
Não desperdiçar mais
Palavras nem atos
Quase tudo já foi dito...
Ainda queima em meu coração
Este sol dos teus olhos...

Carlos Maia.

14/09/08.

sábado, 6 de setembro de 2008

Um Cartão de Visitas.

Moro tão longe, que as serpentes
morrem no meio do caminho,
Moro bem longe, quem me alcança
Para sempre me alcançará.

Não há estradas coletivas
com seus vetores, suas setas
indicando o lugar perdido
onde meu sonho se instalou.

Há tão somente o mesmo túnel
de brasas que antes percorri,
e que à medida que avançava
foi-se fechando atrás de mim.

É preciso ser companheiro
do Tempo e mergulhar na Terra,
e segurar a minha mão
e não ter medo de perder.

Nada será fácil: as escadas
não serão o fim da viagem;
mas darão o duro direito
de, subindo-as, permanecermos.

Alberto da Cunha Melo

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

ALGO A DECLARAR

Eu só queria um amor que fosse meu,
Um único dia sem esse silêncio triste dentro de mim,
Uma canção que falasse de infância,
Uma lembrança madura com cheiro de terra molhada
E ninguém para chorar no dia dos mortos.
(Todos nós temos alguém para chorar no dia dos mortos)
Eu queria que minhas mãos só se levantassem para a poesia
(eu falhei, meu Deus, eu falhei)
Por isso trovejam em mim idéias de abandonar-me, esquecer as flores
Como alguém que se perdesse pelos cômodos da própria casa,
Mas a poesia, canção de resistência,
lança setembros ensolarados nos olhos da tempestade.
Até mesmo no abismo permaneço de pé
E a estrela que me deste arde em minhas mãos.

Sérgio Leandro
02/09/08.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Saí pro Garagem

Coloquei a camisa mais colorida
e o meu colar de poder
aspergí-me com o perfume
das flores campestres
e saí pro mundo
pro turbilhão
das mentes insanas...
Carlos Maia.
27/08/08