sexta-feira, 27 de maio de 2011

Solidariedade, pequenos gestos, uma vida mais light.


Às vezes no ritmo frenético e assoberbado em
que vivemos fica difícil manter a calma.
É incontestável os benefícios que a meditação
nos proporciona.
É quando ficamos ligados diretamente ao divino,
desligando a enxurrada de pensamentos
que nos acompanham durante todo o dia
e temos a oportunidade de recarregar
as baterias e nos tranquilizar.
E podemos ver como Salomão que tudo é
vaidade e correr atrás do vento.

"Senhor, não é soberbo o meu coração,
nem altivo o meu olhar;
não ando à procura de grandes coisas,
nem de coisas maravilhosas demais para mim.
Pelo contrário, fiz calar e sossegar a minha alma;
como a criança desmamada se aquieta
nos braços de sua mãe,
como essa criança é a minha alma
para comigo." (Salmo 131:1-2)
Quando estamos calmos fica mais fácil
exercermos a solidariedade e termos pequenos
gestos de afeto,
que farão com que nos sintamos bem
e nos proporcionarão uma vida mais light.

(Carlos Maia)

quinta-feira, 26 de maio de 2011


Quem sou eu?
A pergunta reverbera no tempo,
viaja em eras ignotas,
passa pelo consciente coletivo,
escala muralhas em castelos medievais,
escuta o coaxar dos sapos em lagos imemoriais,
acampa em planícies geladas
e ecoa na minha mente e me subjuga.
Quem sou eu? Quem sou eu?


Eu, que tantas vezes morri
Eu, que tantas vezes renasci
Eu, que vago em busca da minha identidade
Não sei se Napoleão, mendigo,
Rimbaud ou Van Gogh

Eu, que preciso de estímulos visuais,
sonoros, tácteis, mentais
para me sentir vivo.
Eu, desnorteado em busca
de um sentido pra minha própria vida,
Vago por entre eras...



Carlos Maia
26/05/11

terça-feira, 24 de maio de 2011

segunda-feira, 23 de maio de 2011


Sei lá
Vou andar à esmo
Pelo parque
O tempo necessário
Para apaziguar
O meu espírito.

(Carlos Maia)

Minutos de Sabedoria - Carlos Torres Pastorino


Tenha coragem em todas as circunstâncias da vida.
Por piores que lhe pareçam as dificuldades,
tenha a certeza de que pode superá-las com a
persistência e a força que provêm de seu íntimo.
Deus está dentro de cada um de nós,
pronto a dar-nos energia e vigor,
ânimo e incentivo.
Confie na bondade do Pai, que jamais desampara
nenhum de seus filhos.

Pg. 153

domingo, 22 de maio de 2011

Oração.


Orai uns pelos outros, para serdes curados
(Tiago 5:16)
Com toda a oração e súplica, orando em
todo o tempo no espírito,
e para isto vigiando com toda perseverança
e súplica por todos os santos.
(Efésios 6:18)
Orai sem cessar.
(1º Tessalonicenses 5:17)
E orando, não useis de vãs repetições.
(Mateus 6:7)
Orar sempre, sem jamais esmorecer.
(Lucas 18:1)

Na convivência, o tempo não importa.
Se for um minuto, uma hora, uma vida.
O que importa é o que ficou deste minuto,
desta hora, desta vida.
Lembra que o que importa é,
tudo que semeares colherás.
Por isso, marca a tua passagem,
deixa algo de ti,do teu minuto,
da tua hora, do teu dia, da tua vida.

Mário Quintana
 
Fonte: http://interludioemflor.blogspot.com/

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Salmo 23.


"O Senhor é o meu pastor
E eu não sentirei falta de nada.
Deitar-me faz em pastos verdejantes
Leva-me às águas de descanso
Refrigera a minha alma.
Guia-me pelas veredas da justiça
por amor do seu nome.
Ainda que eu andasse pelo vale
da sombra da morte
não temeria mal algum
Porque tu estás comigo,
a tua vara e o teu cajado me consolam.
Preparas-me uma mesa na presença
dos meus adversários,
unges-me a cabeça com óleo
o meu cálice transborda.
Bondade e misericórdia certamente
me seguirão todos os dias
da minha vida
E habitarei na casa do Senhor
para todo o sempre."

Esta é a nova tradução do Salmo 23,
que estudiosos fizeram diretamente do hebraico.
Muda apenas o primeiro versículo, ao invés
do tradicional "O Senhor é o meu pastor,
nada me faltará", o que dá a impressão
que Deus vai a nossa frente
como uma grande Caterpilar terraplanando
os montes e outeiros para nós podermos passar
e usufruir das bençãos, bem de acordo com
as igrejas que pregam a teologia da prosperidade.
Enquanto a nova tradução diz: "O Senhor é o
meu pastor e eu não sentirei falta de nada",
mais de acordo com o evangelho que Paulo
pregava e o próprio Jesus;
pois pode estar faltando tudo mas eu não
sentirei falta de nada
pois estou no centro da vontade de Deus.

Procuro despir-me do que aprendi,
Procuro esquecer-me do modo
de lembrar que me ensinaram,
E raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
Desencaixotar as minhas emoções verdadeiras,
Desembrulhar-me e ser eu, não Alberto Caeiro,
Mas um animal humano que a natureza produziu.

Alberto Caeiro

quinta-feira, 19 de maio de 2011

A Pétala - Gildo Wichers Lopes.


Um dia,
Um sonho,
Um enorme sonho dourado
Murchou dentro da alma.

Ele tinha a forma
De um castelo encantado
E brilhante
Como as auroras dos céus
Sem poluição
E reluzente
Como os ocasos
Acima das nuvens.

E era visitado
Freqüentemente,
Fervorosamente,
Apaixonadamente
E ia criando raízes
De dentro para fora
À medida que ia concretizando
A sua magnífica
Realidade.

Imponente,
Ele abria suas janelas
Translúcidas
Para o infinito desejado.
Suas portas
Deixavam passar
Os zéfiros da esperança
E rasgavam espaços aconchegantes.

Ele era visitado todos os dias.
E todos os dias
Um buquê de rosas
Perfumava os seus ambientes
Exalando o seu perfume
E impregnando os lugares
Mais recônditos
E mais inacessíveis.
E todos os dias,
As rosas eram trocadas.
Não era possível distinguir
Onde começava a realidade
Ou onde terminava o sonho
Mas quem quer faz a sua
Hora, os seus sonhos e os seus perfumes
Contudo, eles desmoronam
Como caem as pétalas do buquê
E meu sonho desmoronou.

E eu olhava para ele
Com a alma debulhada
Em prantos
E com os olhos desmanchando-se
Em lágrimas.
E o punhal do sofrimento enterrou-se
Fundo no meu coração
-Troque seus sonhos,
Como você trocava as suas rosas.
Foi o que eu ouvi.
De onde partia aquele conselho,
Aquele conforto,
Em hora tão dolorida?

 Olhei e vi,
Encostada na esquina de um meio-fio,
Uma linda pétala
Cor-de-rosa.

Olhou-me.
Olhei-a.

E ela repetiu:
Troque de sonhos,
Como trocava as suas rosas.

Meu nome é Carlos Maia, 7 meses e 14 dias limpo,
mas eu preferia me apresentar como Carlos Maia,
2.555 abraços dados de um ano pra cá
porque um maluco norte-americano disse que
precisamos dar sete abraços por dia para ser feliz
e dar um abraço realmente é uma coisa muito boa,
mas não sei como se pode quantificar a
medida da felicidade.
Preferia me apresentar como Carlos Maia,
pelo menos 365 pessoas ajudadas de um ano pra cá,
porque ajudar pelo menos uma pessoa por dia é
uma coisa plenamente factível e eu acho ainda
que é muito pouco.

Preferia me apresentar como Carlos Maia, 3.650
sorrisos dados de um ano pra cá, porque se você
tiver um coração grato sempre poderá sorrir de
toda e qualquer situação pois essa é a vontade
de Deus para sua vida,
e se você não ficar olhando só para o seu umbigo
verá que tem gente em piores condições que você.
Preferia me apresentar como Carlos Maia,
amou sem medida de um ano pra cá, porque o amor
é o cumprimento de toda a lei
e cobre multidões de pecado.
Preferia me apresentar como Fernando Pessoa:
"Eu não sou nada, não quero ser nada
e nem posso ser nada",
mas posso todas as coisas naquele
que me fortalece. (Filipenses 4:13)

Que mais ainda resta a dizer?
A gente vai envelhecendo e fica com
a impressão de que tudo já foi dito,
que vivemos um eterno dèja vu.
Mas Deus renova todas as coisas
a cada manhã.
Em 51 anos de vida eu nunca vi um por-do-sol
nem um nascer do sol igual.
"As misericórdias do Senhor
são a causa de não sermos consumidos
porque as suas misericórdias não tem fim;
renovam-se a cada manhã.
Grande é a tua fidelidade."
(Lamentações de Jeremias 3:22-23)

Proclamação do Verde - Ângelo Monteiro.

As últimas coisas mansas
eu peço que a musa guarde:
certo vento rubro e torto
envenenou minha carne.

Por isso, não se perturbem,
quando eu for me desprendendo
dessas roupas já cansadas
de me vestirem no tempo.

Uma luz ignorada
impelirá seus corcéis
por corredores de sono
e labaredas cruéis.

Estarei abrindo os lábios
para novas litanias:
os mesmos lábios manchados
do carnaval desses dias.

Só me comove a vertigem
da vida a correr sem rumo:
crucificada de espera
num tempo que não consumo.

E o tormentoso silêncio
dessas chamas desprendidas:
velas acesas de espera
nos candelabros da vida.

Estou como um ser parindo
entre gritos, a mensagem
que não vem salvar o mundo
mas, bem antes, condená-lo.

Minha carne traz as marcas
se não de amor: de inimigo.
ai das máquinas sensatas
sob um ódio tão antigo!

Coisas podres, cuja calma
segurança me perturba:
para elas minha palavra
seja intolerante e rubra.

Em seu murado horizonte,
tão fartamente instaladas:
eu sou pouco, e minha vida
não basta para esmagá-las.

Sou tão pouco. Como um grito
de existir, rubro e confuso,
irá convencer um público
redondo de parafusos?

Móveis radares: meus gestos
são frágeis à segurança
das conchas, dos caramujos,
fechados sobre a esperança.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Minutos de Sabedoria - Carlos Torres Pastorino

Desconheço autoria da imagem
Não se queixe do mundo.
O mundo não é mau.
Os homens é que ainda não conseguiram
ser bons.
Mas da lama imunda nasce
a pureza dos lírios.
E também daquilo que nos parece mau
e impuro pode surgir a luz mais sublime.
Repare que a luz não se suja,
mesmo quando é refletida pelo pântano.
Procure ter apenas pensamentos bons,
porque eles não serão maculados,
nem mesmo quando refletidos
em ambientes menos puros.
Pg. 133

domingo, 15 de maio de 2011


Quando estou orando e esvazio a minha mente
e procuro sentir a presença de Deus, eu não tenho
como dizer em palavras coisas do reino da não-palavra.
É uma alegria muito grande que me invade, eu não
tenho vontade de sair daquele estado.

Tenho orado para que Deus me restitua um coração
grato e obediente a ele, e confiante nele.
Eu acho que com essas três coisas: obediência,
gratidão e confiança a gente tem uma base
para dizer como Paulo:
"Aprendi a viver contente em toda e qualquer situação,
tanto sei ser honrado como estar humilhado,
em tudo e em todas as circunstâncias já tive
experiência, tanto de fartura como de fome.
Tudo posso naquele que me fortalece."
(Filipenses 4:11-13)

Como Paulo podia louvar a Deus
estando numa prisão com Silas? (Atos 16:19-26)
Porque ele estava no
centro da vontade de Deus!
E quando estamos no centro da vontade
de Deus é uma alegria tão grande
que nada do que está no exterior nos pertuba.

sábado, 14 de maio de 2011

Procura-se um amigo - Vinicius de Moraes.


Não precisa ser homem, basta ser humano,
basta ter sentimentos, basta ter coração.
Precisa saber falar e calar,
sobretudo saber ouvir.
Tem que gostar de poesia, de madrugada,
de pássaro, de sol, da lua, do canto,
dos ventos e das canções da brisa.
Deve ter amor, um grande amor por alguém, 
ou então sentir falta de não ter esse amor...
Deve amar o próximo e respeitar a dor que os 
passantes levam consigo.
Deve guardar segredo sem se sacrificar.
Não é preciso que seja de primeira mão, 
nem é imprescindível que seja de segunda mão.
Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados.
Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro,
mas não deve ser vulgar
Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser,
deve sentir o grande vácuo que isso deixa.
Tem que ter ressonâncias humanas,
seu principal objetivo deve ser o de amigo.
Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender
o imenso vazio dos solitários.
Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.
Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos,
que se comova, quando chamado de amigo.
Que saiba conversar de coisas simples,
de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância.
Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer,
para contar o que se viu de belo e triste durante o dia,
dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade.
Deve gostar de ruas desertas,
de poças de água e de caminhos molhados,
de beira de estrada, de mato depois da chuva,
de se deitar no capim.
Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver,
não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo.
Precisa-se de um amigo para se parar de chorar.
Para não se viver debruçado no
passado em busca de memórias perdidas.
Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando,
mas que nos chame de amigo,
para ter-se a consciência de que ainda se vive.