quinta-feira, 4 de setembro de 2008

ALGO A DECLARAR

Eu só queria um amor que fosse meu,
Um único dia sem esse silêncio triste dentro de mim,
Uma canção que falasse de infância,
Uma lembrança madura com cheiro de terra molhada
E ninguém para chorar no dia dos mortos.
(Todos nós temos alguém para chorar no dia dos mortos)
Eu queria que minhas mãos só se levantassem para a poesia
(eu falhei, meu Deus, eu falhei)
Por isso trovejam em mim idéias de abandonar-me, esquecer as flores
Como alguém que se perdesse pelos cômodos da própria casa,
Mas a poesia, canção de resistência,
lança setembros ensolarados nos olhos da tempestade.
Até mesmo no abismo permaneço de pé
E a estrela que me deste arde em minhas mãos.

Sérgio Leandro
02/09/08.

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