sexta-feira, 13 de junho de 2008

Natureza Morta

Navios chegando ao porto
Costumes, vícios trazem de outros povos
(Talvez, nem isso. São máquinas e nada mais)
Suape é beira de cais

Não há mais velas no mar
Nem chapéu de palha no ar

Vento nordeste, um canto de dor
Quando o tempo apaga histórias
(Naufraga nossas lembranças e)
Afoga a memória de um pescador

Hoje, não há mais o milagre da multiplicação
Nem luta pelo pão

Não há mais peixe no mar
Não há mais rede para os braços
Nem amor, suor, cansaço

Túlio Velho, 1978

2 comentários:

Fórum da Música PE disse...

Massa Carlinhos essa foto de primeira, e a poesia ? Tudo a ver né ? Atual, só não lembro a música dela.

Tudo de bom pra vc em 2009

Carlos Maia disse...

Obrigado, Alexandre, bons tempos aqueles, tempos que não voltam mais, ficou a saudade, ficou a semente, e ela agora busca outros pastos para poder se alimentar...

Grande Abraço!