sábado, 8 de outubro de 2011

Lisboa - Tomas Tranströmer


No bairro de Alfama os elétricos amarelos cantavam nas calçadas íngremes
Havia lá duas cadeias. Uma era para ladrões
Acenavam através das grades
Gritavam que lhes tirassem o retrato
Mas aqui, disse o condutor e riu à socapa como se cortado ao meio
aqui estão políticos. Vi a fachada, a fachada, a fachada e lá no cimo um homem à janela
tinha um óculo e olhava para o mar
Roupa branca no azul. Os muros quentes
As moscas liam cartas microscópicas
Seis anos mais tarde perguntei a uma senhora de Lisboa
Será verdade ou só um sonho meu?



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