sábado, 5 de maio de 2007
















Havia noites em que

A porta ficava aberta,

E podíamos vislumbrar

Na penumbra

A cidade mergulhada na neblina.

Havia noites em que

A porta aberta

Saíamos na chuva

Pelas ladeiras de Olinda.

Havia noites

Em que a tristeza

Era uma mera

Lembrança,

Perdida

Nos confins da infância,

Entre mangueiras

E atiradeiras.

Havia noites

Em que pairava

Como uma gaivota

A eternidade do momento.


Carlos Maia

Maio/84

Um comentário:

MARIAESCREVINHADORA disse...

Carlos,

Adoro esse teu poema. Com ele viajo por minha infância e adolescência pelas ruas da cidade alta de Olinda.
É lindo.
Beijo,

Conceição.