terça-feira, 22 de fevereiro de 2011


Tu tens um medo:
Acabar.
Não vês que acaba todo o dia.
Que morres no amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que te renovas todo o dia.
No amor.
Na tristeza.
Na dúvida.
No desejo.
Que és sempre outro.
Que és sempre o mesmo.
Que morrerás por idades imensas.
Até não teres medo de morrer.
E então serás eterno.

Cecília Meireles

2 comentários:

Luna Freire disse...

Meu caro Carlos, que bom tê-lo de volta! E assim, tão bem!!! Digo isso pelo poema da postagem anterior, que está lindo, lindíssimo. Como os campos de trigo semeados por Van Gogh. Campo fértil, pronto para muitas sementes. Um grande abraço!!!

Luna Freire disse...

Ah! E claro que vc pode publicar meu poema!!! Para mim, é uma honra.