sexta-feira, 22 de abril de 2011

A aranha do meu destino - Fernando Pessoa.


A aranha do meu destino
Faz teias de eu não pensar.

Não soube o que era em menino,

Sou adulto sem o achar.

É que a teia, de espalhada

Apanhou-me o querer ir...

Sou uma vida baloiçada

Na consciência de existir.

A aranha da minha sorte

Faz teia de muro a muro...

Sou  presa do meu suporte.

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