Nem treva nem caos. A treva
Requer olhos que veem, como o som.
E o silêncio requer o ouvido,
O espelho, a forma que o povoa.
Nem o espaço nem o tempo. Nem sequer
Uma divindade que premedita
O silêncio anterior à primeira
Noite do tempo, que será infinita.
O grande rio de Heráclito o Escuro
Seu irrevogável curso não há empreendido,
Que do passado flui para o futuro,
Que do esquecimento flui para o esquecimento.
Algo que já padece. Algo que implora.
Depois a história universal. Agora.
(Tradução de Héctor Zanetti)
2 comentários:
Nossa!!! Para mim, é uma honra ter meu humilde poema figurando no meio de todas essas pérolas que vc publica sempre. Abraço.
Borges é brilhante mesmo, Carlinhos!!! Poema lindo... fantástico conhecer...
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