"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."
Fernando Pessoa
Carlos, voltei e me deparo com minha amiga MAGNA E O POETA MAIOR. E COM O BLOG REVITALIZADO. O EDITOR IDEM. VIVA A POESIA, DESTE E DE TODOS OS MOMENTOS. VIVA CARLOS MAIA ABRAÇOS ARSENIO
Que tudo esteja 100% com você! Encontrei o seu blog e fiz uma visitinha! Encantei-me com a homenagem ao Mestre Caslos Drummond de Andrade! [Parabéns!].
Sou expatriada; quer dizer: sai do Brasil em 2000 e fui para os USA estudar na Harvard, onde estudei até 2002. Desde 2003, moro na Holanda - sou casada com um holandês.
[O choque cultural existe e acaba sendo benéfico - de uma maneira ou de outra -. Sou da opinão que existem coisas boas e ruins em qualquer lugar do planeta! Nós é que temos que ressignificá-las à nossa moda!]
Será uma honra imensa se quiser ler o prefácio do meu livro [estou auto-publicando, e será lançado aí no Brasil, no próximo junho]:
"Mevrouw Jane" - este é o título. E este, o link, caso deseje ler: http://josanemary.wordpress.com/mevrouw-jane
O prefácio não foi feito por mim, mas por um outro escritor: José Augusto Carvalho, que é Mestre em Linguística pela Unicamp, e Doutor em Letras pela USP.
O último post que fiz, chamado: "Livros não mudam o mundo" traz um trecho do livro.
Se gostar do prefácio e/ou do post [ou não] por favor, deixe um comentário. Vou adorar ler a sua opinião!
Foi uma grande satisfação conhece-lo [mesmo que virtualmente].
Tenha um ótimo domingo! Grande abraço, daqui a Holanda.
Não, meu coração não é maior que o mundo. É muito menor. Nele não cabem nem as minhas dores. Por isso gosto tanto de me contar. Por isso me dispo, por isso me grito, por isso freqüento os jornais, me exponho cruamente nas livrarias: preciso de todos. Sim, meu coração é muito pequeno. Só agora vejo que nele não cabem os homens. Os homens estão cá fora, estão na rua. A rua é enorme. Maior, muito maior do que eu esperava. Mas também a rua não cabe todos os homens. A rua é menor que o mundo. O mundo é grande.
Tu sabes como é grande o mundo. Conheces os navios que levam petróleo e livros, carne e algodão. Viste as diferentes cores dos homens, as diferentes dores dos homens, sabes como é difícil sofrer tudo isso, amontoar tudo isso num só peito de homem… sem que ele estale.
Fecha os olhos e esquece. Escuta a água nos vidros, tão calma, não anuncia nada. Entretanto escorre nas mãos, tão calma! Vai inundando tudo… Renascerão as cidades submersas? Os homens submersos – voltarão?
Meu coração não sabe. Estúpido, ridículo e frágil é meu coração. Só agora descubro como é triste ignorar certas coisas. (Na solidão de indivíduo desaprendi a linguagem com que homens se comunicam.)
Outrora escutei os anjos, as sonatas, os poemas, as confissões patéticas. Nunca escutei voz de gente. Em verdade sou muito pobre.
Outrora viajei países imaginários, fáceis de habitar, ilhas sem problemas, não obstante exaustivas e convocando ao suicídio.
Meus amigos foram às ilhas. Ilhas perdem o homem. Entretanto alguns se salvaram e trouxeram a notícia de que o mundo, o grande mundo está crescendo todos os dias, entre o fogo e o amor.
Então, meu coração também pode crescer. Entre o amor e o fogo, entre a vida e o fogo, meu coração cresce dez metros e explode. – Ó vida futura! Nós te criaremos."
6 comentários:
Como eu queria ter escrito este...!
Sem dúvida, eu teria dito tudo.
Magna
Tem poemas que são assim, Magna.
Tem poemas que valem uma vida!
Obrigado pela visita!
Carlos, voltei e me deparo com minha amiga MAGNA E O POETA MAIOR.
E COM O BLOG REVITALIZADO.
O EDITOR IDEM.
VIVA A POESIA, DESTE E DE TODOS OS MOMENTOS.
VIVA CARLOS MAIA
ABRAÇOS
ARSENIO
Grande Arsênio!
Obrigado pelas palavras e pela visita!
Como é que vc está, amigo?
Grande Abraço!
Olá, Poeta Carlos Maia!
Que tudo esteja 100% com você!
Encontrei o seu blog e fiz uma visitinha! Encantei-me com a homenagem ao Mestre Caslos Drummond de Andrade! [Parabéns!].
Sou expatriada; quer dizer: sai do Brasil em 2000 e fui para os USA estudar na Harvard, onde estudei até 2002. Desde 2003, moro na Holanda - sou casada com um holandês.
[O choque cultural existe e acaba sendo benéfico - de uma maneira ou de outra -. Sou da opinão que existem coisas boas e ruins em qualquer lugar do planeta! Nós é que temos que ressignificá-las à nossa moda!]
Será uma honra imensa se quiser ler o prefácio do meu livro [estou auto-publicando, e será lançado aí no Brasil, no próximo junho]:
"Mevrouw Jane" - este é o título.
E este, o link, caso deseje ler:
http://josanemary.wordpress.com/mevrouw-jane
O prefácio não foi feito por mim, mas por um outro escritor: José Augusto Carvalho, que é Mestre em Linguística pela Unicamp, e Doutor em Letras pela USP.
O último post que fiz, chamado: "Livros não mudam o mundo" traz um trecho do livro.
Se gostar do prefácio e/ou do post [ou não] por favor, deixe um comentário. Vou adorar ler a sua opinião!
Foi uma grande satisfação conhece-lo [mesmo que virtualmente].
Tenha um ótimo domingo!
Grande abraço, daqui a Holanda.
Josane Mary
"Mundo Grande
Não, meu coração não é maior que o mundo.
É muito menor.
Nele não cabem nem as minhas dores.
Por isso gosto tanto de me contar.
Por isso me dispo,
por isso me grito,
por isso freqüento os jornais, me exponho cruamente nas livrarias:
preciso de todos.
Sim, meu coração é muito pequeno.
Só agora vejo que nele não cabem os homens.
Os homens estão cá fora, estão na rua.
A rua é enorme. Maior, muito maior do que eu esperava.
Mas também a rua não cabe todos os homens.
A rua é menor que o mundo.
O mundo é grande.
Tu sabes como é grande o mundo.
Conheces os navios que levam petróleo e livros, carne e algodão.
Viste as diferentes cores dos homens,
as diferentes dores dos homens,
sabes como é difícil sofrer tudo isso, amontoar tudo isso
num só peito de homem… sem que ele estale.
Fecha os olhos e esquece.
Escuta a água nos vidros,
tão calma, não anuncia nada.
Entretanto escorre nas mãos,
tão calma! Vai inundando tudo…
Renascerão as cidades submersas?
Os homens submersos – voltarão?
Meu coração não sabe.
Estúpido, ridículo e frágil é meu coração.
Só agora descubro
como é triste ignorar certas coisas.
(Na solidão de indivíduo
desaprendi a linguagem
com que homens se comunicam.)
Outrora escutei os anjos,
as sonatas, os poemas, as confissões patéticas.
Nunca escutei voz de gente.
Em verdade sou muito pobre.
Outrora viajei
países imaginários, fáceis de habitar,
ilhas sem problemas, não obstante exaustivas e convocando ao suicídio.
Meus amigos foram às ilhas.
Ilhas perdem o homem.
Entretanto alguns se salvaram e
trouxeram a notícia
de que o mundo, o grande mundo está crescendo todos os dias,
entre o fogo e o amor.
Então, meu coração também pode crescer.
Entre o amor e o fogo,
entre a vida e o fogo,
meu coração cresce dez metros e explode.
– Ó vida futura! Nós te criaremos."
Grande Abraço, Carlos.
Do amigo Arsenio
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