sábado, 9 de janeiro de 2010

Menino-Cobaia - Gilmara Pires.

O menino-cobaia se despede das emanações atlânticas
para se aprofundar na linguagem dos sapos
Seu amor catastrófico são beijos
e seu planos são bombas-relógios

Despedaça imaginações de reinos por onde passa
Com prudência desafia a lírica desrespeitosamente
Se se acredita fértil aduba a situação de-repente
E saboreia a imaginação para escutá-la mais de perto

Agora o menino-cobaia se reveste de porcelana
e pula nos abismos para provar a magia da vida
Des-en-terra toda a sua delicadeza dos músculos
Seus poderes são anfi-teatros em eterna construção
Para dar incessantemente ideias às próprias ideias

As plantas do menino-cobaia nascem nas estrelas
Assim cobaia resiste até os últimos segundos para
não dormir na sua insônia]
Por ser uma carta do universo em pessoa
Está destinado a tudo e ao mesmo tempo
E transita livre pelo infinito no seu barco-energético

Foram as estrelas ou os olhos do cobaia que se extiguiram?
A sua árvore mais velha é o canto dos passáros
Já não vê nem fala, apenas pensa vivendo
E é no com-o-cosmo que ele e os E.T.s dançam bêbados
de psicologia]

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