"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."
Fernando Pessoa
2 comentários:
Carlos,
A foto que escolheste para ilustrar o poema (que por sinal é profundo) lembrou-me dois poemas de Drummond. Um deles segue abaixo:
ÁPORO
De Carlos Drummond de Andrade
Um inseto cava
cava sem alarme
perfurando a terra
sem achar escape.
Que fazer, exausto,
em país bloqueado,
enlace de noite
raiz e minério?
Eis que o labirinto
(oh razão, mistério)
presto se desata:
em verde, sozinha,
antieuclidiana,
uma orquídea forma-se.
Belíssimo poema de Drummond, Tadeu!
Tá publicado!
Grande Abraço!
Postar um comentário