Re-nasceres
(ou re-na-seres!)
No "mote" de Maiakóvski
A Carlos Maia
Inumeráveis noites de estrelas
havia-nos sido garantido.
E a vida, devolvida, re-feita,
pela paixão da poesia
e a sede de futuro...
Vida aí: reapresentada,
para a luta
ante as cotidianas misérias
e para a transformação
da família, humana,
plural... abraâmica!
E, por isso, Vida exigente.
Não sei se por ingenuidade,
pretensiosidade,
ou por ser poeta
simplesmente...
Mas vejo-nos em antecipação
do sonhado Século XXX.
Não por estarmos mais perto
ou longe
de alcançar algum sonho
e não apenas pelas estrelas...
Mas eis o futuro ansiado
devolvido
como possibilidade!
Eis amores servis
libertando-se dos grilhões!
E, tudo, talvez, porque sejamos poetas
e amemos,
firme, fiel e verdadeiramente...
Mas, aqui, neste instante,
o clamor "ressuscita-me"
faz-se festa!
E entre os camaradas já caminhamos
sem esconder
o tamanho do coração que trazemos
no peito...
E esta anotomia louca
que a tudo converte
em coração palpitante,
me faz saber:
em breve, seremos recompensados
em inumeráveis entardeceres
diante do mar.
E serão incontáveis
as estrelas colhidas
a beijar o chão
ou na transparência das retinas...
Então, será inevitável correr
a sentir a brisa
e será, então, cotidiana
(como oração matinal)
a convocação da Vida Maior:
Ressuscita-me!
Ressuscita-me!
Ressuscita-me!
E, a partir de hoje,
e em cada novo hoje,
nos transfomaremos:
Filhos da Terra e do Mundo,
poetas, semeando futuros ainda
trinta mil vezes...
Luciana Cavalcanti - Recife, Várzea do Capibaribe, 11 de Março de 2010.
Re-nascendo, eu também...!
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