Eu tenho muitos irmãos de batina
no sul, onde nos claustros o loureiro cresce.
Sei quanto humanos são a sonhar com Madonas
e muitas vezes penso em virgens de Ticiano
por entre as quais Deus passa feito um fogo.
E eis que sobre mim mesmo eu me debruço:
Deus em mim é sombrio e é como um tecido
de mil raízes que em silêncio bebem.
Se me ergo acima do aconchego delas
escorrem para o fundo e só com o vento acenam.
"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." Fernando Pessoa
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
O Livro de Horas - Rainer Maria Rilke.
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