Para isso fomos feitos:
Para lembrar e ser lembrados
Para chorar e fazer chorar
Para enterrar os nossos mortos —
Por isso temos braços longos para os adeuses
Mãos para colher o que foi dado
Dedos para cavar a terra.
Assim será nossa vida:
Uma tarde sempre a esquecer
Uma estrela a se apagar na treva
Um caminho entre dois túmulos —
Por isso precisamos velar
Falar baixo, pisar leve, ver
A noite dormir em silêncio.
Não há muito o que dizer:
Uma canção sobre um berço
Um verso, talvez de amor
Uma prece por quem se vai —
Mas que essa hora não esqueça
E por ela os nossos corações
Se deixem, graves e simples.
Pois para isso fomos feitos:
Para a esperança no milagre
Para a participação da poesia
Para ver a face da morte —
De repente nunca mais esperaremos…
Hoje a noite é jovem; da morte, apenas
Nascemos, imensamente.
4 comentários:
BELA ESCOLHA... ESTE POEMA DO VINÍCIUS!
XEROS, CARLINHOS!!!
Xero, minha linda!
Quarta-Feira tô aí!
Grande Carlos, você xará de Drummond, meu velho!!
Vê lá que responsa...
ABRAÇÃO
ARSENIO
PS - Vamos Marcar com Domingos. A gente tem muito papo pra colocar em pauta.
Grande Arsênio!
Por mim eu gostaria que fosse na Sexta, aqui perto de casa, no Chucalho Grill. Temos muito a conversar sim, Arsênio, talvez umas duas ou três gerações desse tempo de falar...
Grande Abraço!!!
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