quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Eu queria dizer alguma coisa pura,
mas a pureza já me abandonou
há muito tempo.

Eu queria dizer alguma coisa nobre,
mas a nobreza cata as latas
de lixo nos porões da noite dilacerada
do meu coração,
e não há mais remédio.

Eu queria dizer alguma coisa esperançosa,
mas a esperança
bateu em retirada após incontáveis
desapontamentos.

E não resta mais nada,
a não ser a dor,
que procuro sufocá-la nas drogas
e no álcool.

Eu queria desejar um Feliz Natal,
mas a realidade aí fora
é cruel demais e eu não consigo
ignorá-la.

Carlos Maia.
23/12/09

2 comentários:

Luna Freire disse...

Que é isso, companheiro??? Que amargura é essa??? A poeta Sílvia Góes escreveu em seu blog uma coisa linda: "Esperança é um jeito cheio de mistério de se amanhecer alguém". E, quando a noite tarda, cabe a nós acordar o SOL.(Ah! O blog da Sílvia é: barrocru.blogspot.com

Poeta Carlos Maia disse...

Obrigado, Fabiana!

Mas a minha dor não tem remédio, a única coisa que eu desejo é a morte.