quinta-feira, 15 de julho de 2010


Para entrar em estado de árvore é preciso
partir de um torpor animal de lagarto às
3 horas da tarde, no mês de agosto.
Em dois anos a inércia e o mato vão crescer
em nossa boca.
Sofreremos alguma decomposição lírica até
o mato sair na voz.

(Manoel de Barros)

2 comentários:

Arsenio disse...

Carlos, magnífico. Todos os poemas. De montale até Maiakovski. E claro, o poeta reinventor Manoel de barros. Estranhamente bom. Pertubador pela junção das palavras com as raízes. Os troncos e os largatos. O horário declinado (representando o inafastável cotidiano). Até para um sujeito citadino como eu, esse poema soa como uma novidade estranha. Mas calorosa. Como só os grande poetas sabem produzir.

Abraços

Poeta Carlos Maia disse...

Obrigado, Arsênio, os seus comentários são como um alimento para mim. Me dão ânimo a continuar pela busca do belo, mesmo de uma forma estranha, como o Manoel de Barros!

Grande Abraço!